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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

XP-895, o Corvette de alumínio


Hoje vamos falar de algo um pouco diferente, o XP-895 que era um dos Corvettes mid-engine feitos com total benção de Zora Arkus Duntov, porém com um tempero: sua carroceria não era de fiberglass mas de alumínio colado. Imaginem como os Lotus modernos são e pensem nisso na década de 70.





É difícil pensar num Corvette cuja carroceria não é feita de fiberglass, sua marca registrada. Porém em 1972 experimentos foram realizados com alumínio no lugar de fiberglass como carroceria de Corvette. Nesse ano um trabalho em conjunto da GM e da Reynolds Aluminum culminou no protótipo X-895 que seria o primeiro e único Corvette de alumínio jamais construido.


O XP-895 teve a mão de ninguém menos que John DeLorean que, com seus contatos e conhecimento de engenharia, foi instrumental de tornar a idéia do Corvette de alumínio e motor central uma realidade. A Reynolds construiu a carroceria cujo o objetivo seria mostrar quanto poderia se economizar com o peso. Para quem gosta da série "De Volta para o Futuro" deve-se lembrar do DeLorean DMC-12 que foi construido de alumínio com os aprendizados de DeLorean com o Corvette XP-895.


Na década de 70 usar alumínio na carroceria de um automóvel era algo incomum mas nada que não fosse considerado uma vez que a industria automobilística sempre olhou para a aeronáutica como fonte inspiradora. Muitos carros esportivos e exóticos Europeus usavam alumínio nas suas carrocerias e eram exportados para o mercado Americano. O AC (Shelby) Cobra por exemplo era um dos carros que fazia uso do alumínio de forma bem sucedida. Porém esses carros eram artesanais e não de série e o Corvette tinha o objetivo de fazer isso num carro de série.


O tipo de alumínio que a Reynolds usou era algo novo no entanto, tratava-se do 2036-T4 e foi esse tipo de chapa que foi parar no XP-895. O XP-895 nasceu sob o chassis de outro protótipo o XP-882 que era excedente e não tinha usado. Assim, apenas os pneus, vidros e alguns acabamentos no interior não eram de alumínio enquanto o resto do carro e da sua mecânica eram. Lembram-se de qual material era feito o bloco do ZL1?


Porém haviam, claro, problemas técnicos com o 2036-T4. Esse tipo de alumínio não era muito elástico e também era menos dobrável o que tornava o trabalho com ele muito dificil e o design da carroceria muito restrito. Como um dos resultados, algumas peças da carroceria teriam que ser soldadas e com isso teriam uma expessura maior do que a originalmente antecipada. Além disso, um tipo de cola epoxy teria que ser usada para aumentar a resistência da carroceria e também para preencher as cavidades que poderiam juntar sujeita, sal ou algo corrosivo se fossem deixadas sem epoxy.


Claro, fazer esse carro um produto de série seria algo monumental e caro mas na história do Corvette a GM fez o mesmo em 1953 quando o carro teve que ser praticamente todo confecionado à mão em especial as peças de fiberglass. Dessa forma a filosofia era a mesma com o desafio do fiberglass em 1953.


Uma pena que não vingou pois a Chevrolet iria ter na mão um super carro feito de alumínio e com motor central que iria alterar a história do Corvette para sempre. Imaginem, talvez com o C8 tenhamos finalmente o tão sonhado Corvette com motor central uma vez que o C7 vai ser outro com motor central dianteiro como o C6 devido aos problemas financeiros recentes da GM.


Assim o XP-895 não passou de um protótipo. O carro no final pesava 1.360 Kgs ou algo de 200 Kgs à menos que um carro de aço convencional. O preço final de um futuro Corvette baseado nas lições com o XP-895 seria tão mais alto que o tradicional carro em fiberglass, mesmo com as tentativas de se utilizar fornecedores Europeus para se fabricar as carrocerias de alumínio.

O XP-895 ficou largado do lado de fora sob a ação do tempo por vários anos até que foi finalmente restaurado para se tornar um membro da coleção GM's heritage Collection e poder ser admirado por todos. Ficou para a história além de ter influenciado vários outros esportivos como o próprio DeLorean e os Lotus modernos.

2 comentários:

Lawrence Jorge R S disse...

Show!!!
Mas eu espero mantenham o motor dianteiro...
Claro que nunca guiei nenhum desses supercarros na realidade... Mas nos jogos de computador, os carros com motor dianteiro são os meus preferidos especialmente nos circuitos travados e com muitas curvas fechadas; como os Corvettes e o Mercedes-Benz SLR; exceto pelo Pagani Zonda q é um caso a parte...
Abraços.

Joel Gayeski disse...

Dando uma modificada na traseira, diria que o "aluvette" é completamente lindo.

A parte dos vidros me lembra um pouco o Porsche 904.