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domingo, 20 de novembro de 2011

Corvette, como tudo começou



Engraçado que, no inverno, os entusiastas acham uma outra maneira de manter acessa a chama. Naturalmente, devido à neve e sal lá fora a única coisa que resta a fazer é admirar os carros na garagem e bater papo com os amigos e ou interessados. Eis que nesse final de semana fui questionado: "e então, como o Corvette começou?" Interessante pois comecei à escrever um artigo sobre a Glasspar ano passado e a contar a história do momento após a segunda guerra. Então, no momento, respondi um pouco da história de forma resumida mas que acabou ficando legal à ponto de justificar esse post e assim espero que gostem.




As duas primeiras fotos que abrem o post são de um dos mais famosos protótipos, ou carro conceito, criado pelo estilista Harley J Earl no seu estúdio na GM que mudaria a indústria automobilística para sempre. O carro é o Buick LeSabre de 1951 e demonstra o quanto Earl gostava de cromados e também mostra a idéia do que o Americano considerava um carro esporte, tanto que o Thunderbird seguiu esses caminhos. O enorme carro era baseado no tipo de avião de combate que iria ganhar os céus Americanos do pós guerra. Estamos falando especificamente do North American Sabre ou F-86. Porém, Earl leva o seu carro de sonho para a pista de Watkins Glen em Setembro de 1951 e lá toma conhecimento dos verdadeiros carros esportes trazidos pelos soldados que ficaram estacionados na Europa no final da Segunda Guerra e no início dos anos 50. É ali que Earl entende o que realmente é um carro esporte: pequeno, rápido e ágil. Mas não é só Earl que descobre os carros esportes Europeus mas também os executivos de alto escalão da GM.

Vários soldados, voltando da Europa, trazem na mala souvenirs. Claro, relativamente leves, esses souvenirs são esportivos de 2 lugares como alguns MGs, Jaguar, BMW, etc. Harley Earl tem uma particular admiração por um certo modelo: o XK120 da Jaguar que era o mais imponente das souvenirs que cruzaram o Atlântico. Assim, totalmente rendido aos atrativos do XK120, decide criar uma alternativa Americana para a obra prima de Sir William Lyons. Ainda, que inicialmente, não soubesse sobre qual marca da GM o novo carro seria vendido, ele resolve dividir o objetivo com o engenheiro chefe Ed Cole de rejuvenecer a imagem da Chevrolet que era considerada sem sal na época.




Eis que em Março de 1952, um dos executivos comerciais da Naugatuck Chemical, um camarada com o nome de Earl Elbers trás à Detroit um carro de sua construção para mostrar à Harley Earl. O carro era chamado de Alembic I e pode-se ver na foto abaixo o mesmo sendo mostrado aos executivos da GM. A foto acima é do modelo já sob o nome de Glaspar.



Harley Earl fica impressionado com o pequeno carrinho, não só pela sua carroceria mas principalmente pelo material no qual essa carroceria fora construida: fibra de vidro. Assim, ele resolve acelerar com o seu projeto de carro esporte e usar a idéia desse novo material num produto GM.




As duas fotos acima são do Alembic II que foi a evolução do carro em 1954 (segundo ano do Corvette) e que o dept de Marketing da empresa resolve mostrar ao público as propriedades da carroceria com resina elástica com a ajuda de uma marreta.

Voltando à nossa história, em 2 de Junho de 1952 os executivos da GM são oficialmente introduzidos à proposta de Earl para um pequeno esportivo de 2 lugares. O então presidente da GM, Charles Wilson, e o diretor geral da Chevrolet, Thomas Keating, aprovam o projeto do carro que seria mostrado no Motorama de 1953 e o projeto começa com força total.

Curiosamente, o nome inicial do projeto é "carro esporte da Opel". Então o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Chevrolet, Maurice Olley, cria esboços do novo chassis do carro assim como rodas, lugar do radiador, pontos de montagem da carroceria, motor, câmbio, etc. Logo em 3 de Julho de 1952 a Chevrolet encomenda duas carrocerias do novo protótipo da Glasspar, uma para testes e outra para usar no protótipo final com todo o trem motriz completo.

Aí que o projeto "carro esporte da Opel" recebe o nome Corvette em alusão à um tipo de embarcação da Segunda Guerra leve , ágil e de alta velocidade. Mas afinal, quem deu o nome? O responsável por sugerir o nome é um dos empregados da agência de publicidade da Chevrolet chamada Campbell-Ewald e o nome desse camarada é Myron Scott. Porém o nome quase acabou sendo Corvair uma vez que os executivos da Chevrolet queriam um nome que começasse com a letra "C". Em torno de 1.500 sugestões de nomes foram apresentadas, mas Corvette é o que acabou vingando.

Mas essa história toda não teria graça sem uma pitada de espionagem, digo espionagem indústrial. E assim, ao final de 1952, uma fotos piratas do protótipo acaba parando nos estudos de estilo da Ford e com isso o Thunderbird é lançado em 1954. Esse, mais em linha com o tipo "banheira" que o Americano estava acostumado. Mas, como dizemos, o resto é história. E assim o Corvette nasceu. Em breve vamos contar com mais detalhes a história dos primeiros carros de fibra de vidro que surgiram nos Estados Unidos no começo da década de 50.

2 comentários:

Jober disse...

No Blog Auto Entusiastas de ontem foi abordado este assunto pelo Roberto Nasser.
http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2014/01/a-rural-acredite-e-mae-do-corvette.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+AutoEntusiastas+(AUTOentusiastas)

Carlos Scheidecker disse...

Jober,

O nosso artigo foi publicado no final de 2011 e depois fizemos a continuacão prometida em Janeiro de 2012 que pode ser lida aqui. http://corvettebrasil.blogspot.com/2012/01/glasspar-g2-o-percursor-do-corvette.html

Portanto, faz tempo. Grato por ler.