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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Elvis, uma PPK e um Pantera

Hunka, Hunka burning love!

Nota: Esse artigo publiquei em outro blog no começo do ano.

Que Elvis Aaron Presley era o rei do Rock and Roll nínguem discute. O que poucos sabem era que Elvis gostava de carros, mulheres e armas. Não necessariamente nessa ordem.





O Pantera 1971 de Elvis como se encontra no museu atualmente.
No final da vida, Elvis começou a decair vertiginosamente. Se divorciou de Priscilla, engordou, namorou Candice Bergen, engordou mais, namorou Cybill Shepherd, engordou ainda mais, namorou Linda Thompson, comprou um carro para ela, engordou mais e atirou no Pantera!


Elvis guiando o Pantera devidamente equipado com óculos e costeletas.
O fato é que Elvis comprou um carro híbrido para Linda. Claro que ele não comprou um Toyota Prius para ela. Híbrido eram chamados os carros europeus da época, com motores americanos. No caso, um DeTomaso Pantera 1971 amarelo com motor de 351 polegadas cúbicas (5,7 litros) OHV da Ford capaz de 266 hp atrelado a um transeixo ZF de 5 marchas. E, claro, na década de 70 bastava ter motor central que já era um carro exótico.

Motor Ford 351 OHV e transeixo ZF de 5 marchas do carro de Elvis.
O DeTomaso Pantera era um carro de uma empresa italiana fundada por um argentino chamado Alejandro DeTomaso, com motor Ford americano e projetado por outro americano, Tom Tjaarda (nativo de Birmingham, no Estado de Michigan). A Ford acreditava que estava criando um novo nicho de mercado com o Pantera. Para os seus executivos o Pantera era o link perdido entre os carros exóticos europeus e os muscle cars americanos. Um carro com performance igual ou superior à de um Ferrari porém com peças comuns de Mustang.


Além do motor Ford, os Pantera eram vendidos em concessionários Ford no mercado americano e, durante um tempo, vinham equipados com o mesmo volante do Ford Capri, como no exemplar de Elvis. Isso era devido à legislação americana quanto ao tamanho mínimo dos volantes. Muitos donos americanos trocaram os volantes para os mesmos usados no mercado europeu. Elvis pagou US$ 2.400 pelo Pantera amarelo de Linda Thompson. Um pequeno mimo que Elvis depois quis de volta.

O interior de outro Pantera de 1972 como vendido no mercado europeu, com um volante de acordo.
O Pantera que Elvis deu a ela ficou famoso. Não porque Elvis o dirigiu em algum filme (ele já não cabia nas telas na época) mas sim porque, em um momento de fúria, Elvis meteu três balas à queima roupa no painel do Pantera sentado no banco do motorista. Por que? Bem, Elvis foi pegar o carro de volta porque tinha brigado com Linda e o carro não pegou de primeira, a bateria estava descarregada. Mas pegou na segunda tentativa com ajuda de outra bateria, afinal é preciso mais do que três balas para parar um Pantera!

O compartimento dianteiro do Pantera de Elvis onde ficavam a bateria e o estepe.
Os três tiros não foram fatais. Um pegou na porta porém foi consertado por um dos donos subsequentes. Os outros dois pegaram no volante do Capri sendo uma de raspão do lado esquerdo a 11 horas no volante e o terceiro tiro entrou a 9 horas, como mostra a foto.

O volante baleado de Ford Capri do Pantera de Elvis.
Reza a lenda que esse carro foi vendido por 1 milhão de dólares (na época em que 1 milhão era muita grana) para um dos donos antes de chegar às mãos de Bob Petersen que é o atual dono do Pantera ferido. Petersen era promotor de artistas e um entusiasta amante de hot rods. Tinha vários carros exóticos inclusive um Lamborghini Espada. O Pantera tinha duas funções para Petersen: ter um carro que ele gostava com DNA de hot rod, e que perteceu à celebridade das celebridades. Mais tarde, Petersen veio a fundar a Petersen Publishing Corporation que entre outras coisas publica as revistas Motor Trend e Hot Rod. O mundo dos entusiastas é mais cheio de intrigas que as novelas mexicanas, não?



De acordo com a máfia de Memphis, Elvis gostava de andar armado. Ele carregava vários tipos de armas, desde rifles até pistolas. Um dos amigos próximos de Elvis, com medo do pior e vendo o que tinha acontecido com o pobre Pantera, começou a encher a bola de Elvis dizendo que ele deveria aprender karatê. Afinal, qual arma seria mais poderosa que o próprio Elvis? Mas Elvis não se conteve em apenas atirar no pobre e indefeso Pantera. Em certa ocasião, ao assistir televisão com amigos viu um programa sobre o desafeto Robert Goulet e não teve dúvida, mandou chumbo no aparelho de TV também.

O aparelho de TV que Elvis baleou.
Atualmente o Pantera se encontra em um museu, mais precisamente o Petersen Automotive Museum, em Los Angeles. Para alegria dos fãs de Elvis e entusiastas, o Pantera não foi restaurado e se encontra com a pintura externa original, pintura do motor também original em azul Ford e interior quase de fábrica exceto pelo painel da porta esquerda que foi trocado devido ao tiro que tomou. Porém o volante emprestado do Ford Capri continua com as duas marcas de bala.


Julgando pelo estrago e de acordo com testemunhas da época, a arma do crime foi uma alemã Walther PPK, mesma arma que Hitler supostamente usou para se matar e a mesma pistola preferida do agente mais famoso do MI6: James Bond 007. No caso de Elvis, sua PPK era folheada a ouro e tinha cabo de marfim. Uma coisa interessante sobre essa pistola de Elvis foi que ele a deu de presente em 1973 ao ator Jack Lord, bem conhecido pela série Havaí 5-0. Mas uma coisa ainda me intriga: sendo a PPK uma arma de calibre 38, o buraco na direção me parece que foi feito por uma arma de calibre menor, algo do tipo calibre 22. Porém, não sabemos se o volante recebeu algum pequeno reparo ou se o tempo se encarregou de encolher o buraco de bala.

A PPK folheada à ouro que Elvis presenteou a Jack Lord em 1973
Elvis gostava de automóveis bons. Em especial, gostava de carros americanos: ele era patriota. Porém, enquanto serviu o exército na Alemanha, Elvis foi dono de um belo BMW 507 e de um Messerschmitt.KR 200. Isso mesmo! Não se tratava de um letal caça Me-109 mas sim de um dos primeiros bubble cars fabricados pela mesma empresa que deu ao mundo o Me-109 e o jato Me-262.
Quando voltou à América, Elvis continuou com os Cadillacs, teve um Lincoln preto limusine em 1960, teve algumas Harley-Davidsons, um Rolls Mulliner Phantom V e dirigiu o único Corvette Stingray Racer de 1959 de Bill Mitchel no filme "Clambake" ("O Barco do Amor", 1967), que foi pintado em vermelho para a ocasião. Mas uma coisa é de se respeitar em relação à Elvis: ele sempre preferia um ícone americano a dirigir um Ferrari ou um Jaguar XKSS, como Steve McQueen fazia.


O BMW 507 de Elvis enquanto servia o exército americano na Alemanha.



Elvis e seu Messerschmitt KR 200 de 3 rodas.
Esse é o vídeo do Pantera 1971 de Elvis Presley que esteve no Concorso Italiano de 2009:






5 comentários:

Sérgio disse...

Pelo jeito ele curtia mesmo eram remédios, drogas legalizadas, anfetaminas....

Joel Gayeski disse...

Yinha lido la no AE, baita história.
Eu aceitaria o 600 Grösser que ele tinha sem reclamar.

Marlos Dantas disse...

Olá Carlos! Parabéns pelo blog!

Já tinha postado no AE, mas não resisti...
Elvis era mesmo um sujeito excêntrico. Conseguia de forma única lidar com música, mulheres, armas, carros, religião, fãs, paz e outros assuntos, muitas das vezes antagônicos, sempre com jogo de cintura. Sua "discrição", até mesmo para a época também era outro aspecto que o tornava único.
Realmente um grande entusiasta, com "rodas nos calcanhares"...
Abraço, CS e esperamos mais posts sobre o EAP!

Unknown disse...

Como milhares de brasileiros que tomam clopan e outras anfetaminas para dormir..

Magui disse...

Contra a inveja não há remédio, só tiro na cabeça