Corvette Brasil

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lutando contra a bateria


O C4 1992 sem a bateria e o painel da carroceria. Notem o ECU e o controle do cruise control.

A seguir vamos falar um pouco do Corvette C4 e mostrar algumas fotos e videos de algo realmente diferente. Naturalmente, peço desculpas adiantadas pelo português enferrujado e improvisado.



Cada carro esporte tem um característica própria além de certas peculiaridades que são bizarras mas acabam fazendo parte do charme do veículo. Com o Corvette de quarta geração isso não é exceção. Alguns ítens nesse carro são bem bizarros porém interessantes.

C4 sem a bateria e sem o painel lateral da carroceria.

Ao começar, o carro é muito baixo e os bancos ficam encaixados dentro do chassis. Com isso, a alavanca de freio de estacionamento fica embaixo da perna esquerda do motorista do lado de dentro da viga do chassis. Como resultado, a alvanca de freio não é fixa e sim retrátil. Ao acioná-la, ela cai por gravidade já que não é fixa de forma a possibilitar que o motorista saia do carro.


A alavanda de freio retrátil para poder sair do carro.

Trocar a bateria num carro também é relativamente fácil, isso se não for um C4. No caso de um C4 é uma batalha que consiste em muito mais do que soltar a bateria e disconectar seus cabos. Aliás, muitas oficinas mecânicas se negam à trocar a bateria do C4 e quando o fazem cobram bem ou estragam o carro fruto de falta de planejamento antes da execução.


No primeiro C4 que nós tivemos, certa vez uma correia estourou e descarregou a bateria. Estava com o carro na estrada no momento da ruptura da correia de forma que, sem parar, dirigi o carro até a concessionária mais próxima no caso a Murdock de North Salt Lake em Utah.

Com a bateria e o painel da carroceria no lugar.

Ao ser recepcionado pela concessionária requisitei duas coisas: troca da correia e troca da bateria. Quando mencionei o segundo ítem o gerente de serviços da Chevrolet riu e me disse que trocar a bateria daquele carro seria caro. Caro, uma bateria!?

A bateria de volta e o switch para desconecta-la. Notem como é apertado.

O fato é que vieram dois mecânicos da concessionária, um par de rednecks que eu apelidei de Forrest e Bubba. Eles sofreram para tirar a bateria e acabaram quebrando a parte de baixo do painel de fibra porque esqueceram de tirar um parafuso que fica lá escondido. O sofrimento deles e a demora para efetuar essa simples operação me custou caro em vários sentidos.Então eu prometi à mim mesmo que não importasse quantos Corvettes nós fossemos ter no futuro eu iria apreender as artimanhas de todas as manutenções simples e as faria eu mesmo como um verdadeiro entusiasta.

Afinal, donos de Lamborghini acabam apreendendo todos os truques para tirar o ar do sistema de refrigeração dos seus carros e assim evitar o problema comum aos Lambos da época de super aquecimento. Colecionadores de Jaguar apreendem os caprichos do sistema életrico Lucas que torna esses carros Ingleses ainda mais Ingleses. E, claro, colecionadores de Corvette apreendem a cuidar devidamente dos seus carros sem entrega-los na mão de figuras como Forrest e Bubba.


A diferença de um mecânico para um engenheiro é que, apesar do segundo sofrer um pouco na execução, tem planejamento e um método mais científico questinando algumas práticas um tanto duvidosas. Naturalmente vai fazer o trabalho em mais tempo que o mecânico mas o resultado não vai decepcionar. Por exemplo, num dos manuais de manutenção do C4, é aconselhável levantar o carro e retirar a roda dianteira esquerda para desaparafusar o painel da carroceria que precisa ser removido antes de tirar a bateria. Isso é besteria, pensando um pouco, basta virar a roda toda para fora e se tem a abertura necessária para trabalhar com os 3 parafusos laterais. Coisa que um engenheiro iria questionar num manual mas que um redneck respeitaria religiosamente.

O painel do C4 1992 voltando à vida.

Nos primeiros C4, que não vinham com gerenciamento eletrônico do motor, o problema era o mesmo uma vez que a bateria ficava entre duas vigas do chassi e abaixo do controle de cruise control. Já nos modelos mais modernos isso piorou porque além do controle de cruise control e as vigas do chassis há também o ECU do motor. Ah claro, os cabos dos terminais da bateria são curtos também e é preciso jeitinho. Tudo muito apertado e justo.

Cofre do C5. Notem a bateria do lado direito próximo do para-brisa. Fácil de tirar mas um problema para vários donos de C5 desconhecedores do assunto.

Ainda que difícil no C4, era algo mais inteligente e seguro que no caso do C5. No C5 a bateria fica do lado direito, montada acima do computador do motor. Isso torna bem fácil de tirar a bateria mas também causou vários acidentes à proprietários quando as baterias vazam e corroem o carro e destroem o computador, um prejuizo de bom tamanho. No C6 a bateria fica do lado direito no porta malas e isso é ótimo em todos os sentidos. Vamos mostrar videos com as íntimidades dos C5 e C6 em breve, aguardem.

Um dos primeiros C4 que ainda não tinham o ECU. Dá para ver uma das vigas do chassi acima da bateria.

Aqui o mesmo C4 de primeira geração sem a roda como pede o manual. Não é necessário fazer se você estudou na FEI.

Os vídeos a seguir mostram um pouco de como é tirar e colocar a bateria no C4.

Removendo a bateria :



Colocando a bateria no lugar:



Espero que vocês tenham achado interessante essa peculiaridade do C4. Aproveito para informar que em breve iremos publicar mais videos sobre o C4 e outros Corvettes mais recentes. Para ficar atualizado e saber dos novos vídeos, cadastre seu email do lado esquerdo superior da página e se junte a esse blog. Iremos trazer à vocês mais videos exclusivos sobre Corvette de várias gerações, dicas e curiosidades para quem aprecia ou esta começando à apreciar o esportivo da Chevrolet.

5 comentários:

ronaldin disse...

Nossa!
Genial a iniciativa sobre essas curiosidades a respeito do corvette.

apesar de ser um carro fora das minhas possibilidades
(por enquanto... por enquanto..)

quando eu comprar um, não vou ter que aprender tudo na raça!

abs!

Joel Gayeski disse...

O que seria um supercarro sem alguma mania ou vício?

O troço é meio chatinho de mexer mas não implica na sefurança nem na dirigibilidade.

Joel Gayeski disse...

Olhando com calma, me veio uma pergunta:
Custava terem feito uma gaveta em que o painel da carroceria abrisse junto??
Quando trabalhava numa encarroçadora de ônibus projetei algo assim.

Carlos Scheidecker disse...

Gayeski,

Custava. Não dá para fazer isso devido a viga do chassis. A Bateria fica embaixo disso.

Existe uma viga em cima que liga ao parabrisa e duas outras em baixo.

Por isso.

Um abraço

PS: Amanha sai um video de 1 hora do C6. Aguarde.

Road Runner disse...

Ficaram muito legais esses dois vídeos, dá para fazer em casa sem problemas a troca da bateria. Só falta eu comprar o meu C4...

Estou aguardando ansiosamente esse vídeo de 1h do C6.

Gostei muito do blog. Para fãs de Corvette, nada melhor. Mais um para leitura frequente.