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terça-feira, 22 de março de 2016

Video: Trocando o filtro e bateria no Stingray


É sempre importante ter os componentes certos num carro de coleção. Quando o Stingray 1970 foi restaurado em 2010 (não por mim) eu sabia que tinha vários ítens não corretos no carro.A restauração feita foi o que chamo de "restauração comercial" sem atenção aos detalhes. Como um dos objetivos desse blog é dividir conhecimentos técnicos, fizemos um relato completo sobre baterias que pode ser de grande valia para qualquer carro de coleção e antigo, independentemente de estarmos falando especificamente do Stingray 1970.

A bateria do carro estava errada. Era uma grupo 75 quando o correto é grupo 78. Não é só tamanho que muda mas a capacidade e potência. Naturalmente, esse carro não rodava bem com a bateria que tinha. Além disso era antiga, tinha 6 anos e não era original (OEM) ou de qualidade. Um determinado dia de inverno, esqueci a bateria ligada (tenho um switch) e na outra vez que fui ligar o carro não tinha muita força. Fiz então uma pesquisa no material técnico que tenho desses carros e descobri que o correto era o grupo 78 ainda que, online, diziam que 75 também servia. OK, servir pode servir mas não é o correto.




Quando se compra uma bateria existe a especificação de quantos amperes à partida à frio, ou seja: cold craking amps. A amperagem, unidade de medição de corrente elétrica, precisa ser correta. Não pouca pois o motor de partida não vai funcionar de acordo e também não à mais para não queimar o sistema elétrico. Cada sistema/circuito têm um limite máximo de quanta corrente pode transmitir. Naturalmente, amperagem à mais causa curtos, queima circuitos e causa incêndios, etc.

Outro dado importante: independentemente da idade, se uma bateria convencional descarrega completamente, esta pode ser recarregada mas terá dificuldades de segurar a carga. Ou seja, fica sem ser confiável. Impressionante a quantidade de perguntas que esse blog recebe sobre esse assunto: "Posso recarregar a minha bateria?" Outro dia a pergunta foi com relação à bateria de um Corvette C6. A resposta é simples: se não for uma bateria moderna de gel, recarregar é apenas para um quebra galho, mesmo assim há de se ter cuidado com os carros modernos que fazem toda uma checagem de circuito. Uma bateria ruim ou em curto pode comprometer o funcionamento desse veículo e dos seus sistemas eletrônicos. Para quem quiser ler, existe um post sobre a bateria do Z06.

Pois bem. Qual bateria que foi escolhida para o Corvette 1970? Em primeiro lugar eu prefiro sempre usar os equipamentos corretos e originais. Os fatos à ponderar são dois:


  1. Original não existe, o que existe é uma bateria feita com aparência original e componentes modernos ainda que seja bem cara e os componentes não de primeira qualidade. Coisa para alegrar juiz, enganar proprietário e fazer dinheiro para essas empresas especialidades. Não é o motivo principal.
  2. O ideal é ter uma bateria duradoura e segura para algo não tão utilizado e que possa ser recarregada várias vezes se for preciso.
Então o que fazer?

Bem, primeiramente o objetivo era uma bateria correta, forte e confiável. Especialmente uma que não desse encrencas caso fosse descarregada não intencionalmente e que durasse uns bons anos sem preocupações. Vazamentos também não são desejáveis. Naturalmente, as baterias da Optima eram a solução correta para esse carro ainda que sua aparência fosse completamente distinta das originais. Há porem uma "capa" na qual se pode vestir a bateria para parecer original. (foto abaixo) Algo à se pensar caso volte à mostrar o carro em concours ou mesmo para deixar agora.



Então faço uma pesquisa sobre baterias Optima para conhece-las melhor. Em primeiro lugar, queria entender a diferença entre a Red Top e a Yellow Top. A Amarela é mais cara, logo deve ser mais especial porém a Vermelha tem mais força e bem mais barata. A diferença é que a Amarela é de gel e, portanto, pode ser recarregada (não faz bolhas e cria reações químicas ao ser completamente descarregadas como as de água normal) enquanto que a vermelha é ainda superior à uma bateria "qualquer" pois aguenta bastante vibrações. Não são baterias baratas, a Yellow Top group 78 como a que adquirimos custam $260 dólares valor retail. Em geral, baterias é preciso comprar localmente pois não é todas as empresas que podem enviar baterias devido ao risco que elas representam. Porém algumas empresas podem então comprar no eBay de um grande distruidor uma Yellow Top por apenas $180 dólares. Foi essa bateria adquirida.

Além disso, percebi que haviam peças faltando no compartimento da bateria logo que comprei o carro e que a mesma ficava "solta". Comprei então o kit completo ainda que precise apenas do "shoe" e do bolt. Algo de $30 dólares.


Mas que diferença! O motor de arranque (novo que troquei em 2012) funciona perfeitamente e rápido mesmo com o carro bem frio. Trocamos o Carburador do Stingray para o original Qradijet Rochester que foi recondicionado na Califórnia.

Um motor à combustão precisa de três ingredientes para devidamente: oxigênio (ar), combustível e faísca (à não ser que seja à Diesel e portanto a compressão faz o papel da faísca). Pois bem, ar e combustível são referentes ao carburador, filtro, bomba de combustível, etc. E a faísca é referente ao sistema elétrico, bateria, distribuidor, bobina (coil), alternador, etc.

E agora, outro detalhe: O Filtro de ar. Havia notado que o filtro de ar, além de ser o convencional de papel, estava sujo. Não queria simplemente troca-lo e troca-lo por outro qualquer. Então preferi um K&N E-1650 que é o tamanho correto para esse carro. A vantagem do K&N é que é um filtro reusável, ou seja, pode ser lavado com uma solução especial e não precisa ser trocado por um novo. Não é barato, custa uns $100 MSRP mas conseguimos por $41 então valeu a pena. Fora isso o K&N deixa mais ar entrar facilmente no carburador o que é um grande negócio pois aumenta a potência, desempenho e eficiência do motor. Para quem tem uma sensibilidade maior, é possível ouvir um som diferente com o filtro K&N é como um som de sucção muito diferente. Foi interessante ver o som que faz o ar passando pelo filtro. O som da menor restrição...Hmmm, já dá para sentir que ficou diferente como podem ver no video.



A montagem do filtro é fácil.Tira-se a panela do filtro do carburador desrosqueando uma rosca. Logo em seguida, se separa a parte de baixo da de cima pois o filtro fica no meio, apenas encaixado. Coloca-se o outro e pronto é so aparafusar novamente no carburador. Naturalmente, é importante limpar as partes antes de montar o novo filtro. Aqui o filtro antigo sujo do lado direito e as duas partes da panela da filtro em cima da caçamba da Silverado.



Esse é o Rochester Quadrajet original do Corvette 1970. Uma arte quase perdida hoje dedicada aos especialistas. Esse carburador foi recondicionado, ajustado e refeito pela Carburetor Exchange na Califórnia. Tremenda empresa especialidade em carburadores de todo tipo de véiculo e até para aplicações náuticas.



Como é bonito um Quadrajet sob um small block Chevy! E porque se chama Quadrajet? Oras, é porque o carburador tem 4 jets. Jets são pequenos orificios por onde se passa o combustível. É possivel se regular um carburador para usar mais ou menos combustível apenas trocando os jets que são aparafusados com um parafuso. Esse processo se chama re-jetting um carburador.



A figura acima mostr um kit de jets diferentes para um carburador. Aqui onde ficam num típico carburador Quadrajet.



Notem a figura. Num lugar de altitude mais elevada como o meu, o tipo de jet e ajuste fino do carburador é muito importante.

Agora mostramos o filtro K&N já colocado no carro. Mais informações sobre a K&N pode ser encontrada no informativo site da empresa.





Notem o filtro K&N montado.




Agora vamos ao nosso rápido video à respeito.




O nosso próximo encontro sobre o Stingray 1970 será sobre as melhorias que faremos ao sistema elétrico do carro. Aguardem.

Um comentário:

Luiz disse...

Lindo esse carro!