Quando o Corvette de quarta geração estava sendo desenvolvido, seu teto targa foi repensado. Ao invés de ser dois painés como no C3 com uma coluna no meio, os engenheiros resolveram fazer um painel único de forma a ter uma área bem maior à ser aberta deixando o carro muito próximo à um conversível. No C4 o conversível saiu apenas em 1986 portanto nos 2 primeiros anos apenas o cupê era produzido. Particularmente, Jay Leno tem razão que carro esporte tem que ter teto fixo mesmo porque com um conversível fica complicado de se levar o carro ao limite. Concordamos. No caso do C4 o teto targa cria um compromisso entre os dois mundos: conversível e cupê.
No C3 existem duas travas com alvancas nos dois lados da janela de cada painel de forma a ser bem fácil remove-los. O problema é que no C3 são dois e é preciso coloca-los numa bolsa e depois afivelar o cinto atrás do banco onde ficam armazenados. Não é uma solução muito boa e prática apesar da operação de tira-los e fixa-los no lugar de volta é muito prática devido às travas de fácil operação.
Incialmente o C4 era para ter 3 travas. Duas na frente do teto no parabrisa e uma atrás que é semelhante à configuração do C5. Porém, nos tetos iniciais em um teste à apenas 120 mph (192 km/h) o teto praticamente voou do carro num som quase que de uma explosão. Inaceitável. Dessa forma, e porque já estava tarde para corrigir esse projeto, optou-se por uma fixação com 4 parafusos. Dois parafusos seriam fixos debaixo do topo da moldura do parabrisas enquanto que dois parafusos na coluna traseira removivéis iriam fixar a capota atrás. Para remover e fixar os parafusos uma ferramente leve, pequena e inteligente seria fornecida junto com o carro para ser guardada no porta objetos do console central.
No C4 retirar o teto muda muito a rigidez do chassis. Com o teto, e claro, com os parafusos devidamente apertados o carro é bem rígido porém sem o teto a situação é bem outra que dá para sentir nas curvas com o carro flexionando mais. É necessário reapertar os parafusos periódicamente também mesmo que o teto não seja removido.
Os engenheiros projetaram o compartimento de carga para inteligentemente fixar o teto de forma a não fazer barulho ao mesmo tempo sem sacrificar o espaço de carga. Na parte de trás do hatch back, uma pequena trava de plástico seguraria o teto enquanto que atrás dos bancos dois berços revestidos de borracha deixariam o teto firme em 3 pontos. Pronto, problema resolvido.
Os encaixes revestidos de borracha anti-rúido de cada lado no porta malas.
Sim, andar no C4 é realmente sempre um prazer. Tirar o teto no final de tarde ou à noite cria um ambiente todo especial. Uma experiência única e diferente que torna o carro um GT ao invés de um esportivo. Mas é algo que se não fosse presente no C4 não o deixaria tão completo para o dono. Ah sim, todos os cupês tem teto targa removível e são bem mais leves que os carros da versão conversível o que equivale em melhor performance.
Quando o teto é fixado no porta malas fica inclinado sendo que atrás dos bancos fica mais para baixo e na traseira do carro perto do vidro como mostra a foto. Isso possibilita guardar objetos ou bagagem embaixo do teto. Além de evitar que qualquer coisa voe com o vento da falta do teto no lugar.
O vídeo e as fotos foram tirados com um cellular muito bom, o Motorola Droid (no Brasil Motorola Milestone) que funciona com sistema operacional Linux/Android da Google e tem câmera de 5 megapixels com flash e vídeo. Claro, não é o equipamento ideal mas quebra o galho suficientemente para ilustrar um pouco como é andar com esse carro sem o teto targa.
Observem o vídeo. Dá para notar que 81 mph (130 km/h) em sexta marcha e em subida faz o motor girar em apenas 1.800 RPM. O LT1 do C4 1992 tem muito torque e é um motor muito gostoso de guiar com seus generosos (para 1992) 300 HP de potência. Na época era igual ao Ferrari 348 com motor V8 e 3.4 litros porém tinha mais torque que a Ferrari.
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Um comentário:
Muito legal. Pessoalmente sou mais um Targa que um Cabrio.
Engraçado que só hoje em dia se faz conversíveis realmente rígidos.
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