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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

DNA dos Corvettes nos Porsches

Duntov no Porsche 550 spyder de fábrica. Notem Ferdinand Porsche à esquerda do carro falando com seu piloto Zora Arkus-Duntov.

Duntov tinha engenharia como carreira mas era piloto por profissão. Dá para entender? Se você está nos lendo pela primeira vez porque quer entender os Corvettes, sugerimos então começar com a história de Zora Arkus-Duntov. Hoje vamos contar um pouco da história de Duntov com a Porsche.


Zora Arkus-Duntov recebendo a bandeira pela vitória na classe nas 24 horas de Le Mans de 1954. Em 1955 ele voltaria para repetir o feito. O carro? Um Porsche 550 spyder.

Zora começou sua história com o Corvette em 1953 porém em 1954, como engenheiro do Corvette, recebeu o convite de participar das 24 horas pela equipe de fábrica da Porsche. O prestígio de Duntov era muito alto e não via fronteiras. Auguste Veuillet foi o parceiro do crime de Duntov com o 550 tanto em 1954 como em 1955. Em ambos os anos, Duntov ganhou na classe.

O Porsche 550 de 1.100cc cruzando a linha de chegada nas 24 horas de Le Mans de 1954. Em 1955 Duntov iria presenciar o mais grave acidente da história da corrida.


Na foto temos a Sra e o Sr Huschke von Hanstein que era o diretor de competições da Porsche e admirador de Duntov. Depois temos Ferry (Butzi) Porsche (o criador do 911) e seu filho Gerd Porsche e Zora Arkus-Duntov juntos com um dálmata e um 356.

Depois das duas vitórias pela Porsche em Le Mans e trabalhando no programa do Corvette, Duntov foi consultor da Porsche como contratado. Em especial, a Porsche tinha o interesse nas soluções técnicas de Duntov com relação à suspensão que desenvolveu no Corvette SS. Duntov trabalhou para a Porsche ajudando à desenvolver a suspensão do 356 que era, digamos assim, um tanto quanto temperamental. Notem na época Duntov era empregado da GM e trabalhava como engenheiro chefe do Corvette. Duntov falava alemão fluente pois tinha estudado engenharia na Alemanha e fugiu para a França já que era judeu. Já Dr. Porsche foi coloborador de Hitler. Na história do automóvel não há mágoas ou ódio.


Aqui a Sra von Hanstein em companhia canina e com o Porsche 356.

A Sra von Hanstein, Ferry Porsche, Elfi Arkus-Duntov, Zora e von Hanstein.

Os Porsche e Corvette tem a tradição de serem rivais nas pistas por décadas. Porém sempre tiveram um link entre si e esse link atende pelo nome de Zora Arkus-Duntov. Quando avistar um Porsche na rua saiba que há um certo parentesco com o Corvette.

9 comentários:

Francisco J.Pellegrino disse...

Carlos, muito boas as histórias...duas grandes marcas.

Mauricio Morais disse...

Eu já era f~do Zora, agora ele subiu um degrau a mais em minha admiração. Nunca soube dessa cooperação.
E as fotos são sensacionais. Belo post.

Joel Gayeski disse...

Já tinha lido alguma coisa sobre o Zora na Porsche, mas não sabia dessa proximidade com o "barão" von Hanstein.

Carlos Scheidecker disse...

Acho que você leu aqui Joel. Já tínhamos falado algumas histórias à respeito.

Joel Gayeski disse...

Soi aqui sim Carlos.

Quirino disse...

DNA de Corvette em Porsche é risível, o alemão nasceu muito antes...
E a penúltima frase totalmente tendenciosa, Porsche jamais colaborou com Hitler, apenas participou de uma licitação para fabricar um carro popular para o povo alemão.
O blog se esquece de Henry Ford...

​Sinto uma mágoa no ar vindo dos rednecks, ehehehehe​

Carlos Scheidecker disse...

Caro Quirino, é preciso que você tenha acesso à documentos e conheça a história estudando-a antes de falar coisas erradas e criticar. Tenho vários documentos à respeito da colobaração com Hitler e a relação com o Corvette. Permita-me ajuda-lo: Em 1955 todos os Porsche 356 sairam com barra estabilizadora dianteira que foi obra do Duntov. Duntov era consultor extra da Porsche quando estava na GM. Ed Cole concordava com isso porque estavam já há anos desenvolvendo o Corvair que foi o primeiro com motor boxer 6 cilindros que a Porsche se baseou para desenvolver o do 911. Com relação à todo o trabalho de Duntov na suspensão do 356 e na introdução da barra estabilizadora no 356 isso está muito bem documentado pela própria porsche e von Hanstein como está nas fotos. Mais...5 anos depois desse artigo ser escrito a Hagerty, empresa famosa de seguro de antigos que temos por aqui, publicou relato semelhante que pode ser lido aqui: https://www.hagerty.com/articles-videos/Articles/2017/06/19/zora-arkus-duntov .

Carlos Scheidecker disse...

O Corvair tinha suspensão traseira baseada no VW e Porsche 356 então Ed Cole, não só achava "saudável" que Duntov colobora-se com a Porsche como também incentivava. Cole acreditava que algum conhecimento maior Duntov poderia adquirir iria coloborar com o programa do novo carro Corvair. Isso também documentado.

Carlos Scheidecker disse...

Aqui uma outra parte de outra publicação minha em outro lugar: Como havia dito antes, Porsche tinha uma relação estreita com Hitler e era um dos seus designers favoritos para Tanques. Porsche desenvolveu um sistema híbrido de propulsão de tanques que estava décadas à frente de qualquer coisa, porém com a pressão da guerra e a falta de testes o sistema não era confiável.
Na primeira foto, Dr Ferdinand Porsche, com sua equipe de engenharia, pousando junto de dois dos seus protótipos Porsche Tiger (P) lado à lado. Os chassis que não foram utilizados (91 no total), pois perderam a concorrência para Henschel que era mais convencional, foram depois re-aproveitados por Porsche para construir a série Elefant.
Porém dois contratos foram aprovados pela cúpula Nazista, o VK4501(H) para Henschel e o VK4501(P) para Porsche. O tanque de Heschel, que era bem mais convencional, se tornou conhecido como Tiger I. O de Porsche conhecido como Tiger P.
Quanto ao sistema de propulsão de Porsche era o seguinte. Porsche colocou dois motores convencionais acoplados à dois geradores elétricos. A energia elétrica resultante alimentava dois motores eletricos que acionavam as duas engrenagens frontais do sistema de lagartas. Era tão inovativo e não tanto testado que foi um problema. Problema maior porque, devido à pressão, Porsche foi obrigado à apressar a aprovação do equipamento para a batalha.
O objetivo do sistema híbrido de Porsche era dar propulsão ao Mega Tanque que nunca saiu do papel. Alguns desenhos do eventual tanque gigante de Hitler anexo aqui. Alguns comentários nas fotos.