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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Corvette 1962 com o compressor do Duntov


Compressores e aviadores sempre estão lado à lado. Afinal, foram os compressores que permitiram aos aviões da Segunda Guerra Mundial à voar mais rápido e mais alto do que antes. Portanto, o ex comandante de F-4 Phantom da Marinha Americana, David Payte, é um tanto exigente quanto ao que esta por debaixo do capô do seu Corvette 1962.


No entanto, o compressor que está no seu carro não é apenas um mero compressor. É na verdade um 451 tipo Roots que foi originalmente projetado por nínguem menos que Zora Arkus-Duntov junto com John Dolza. Dolza foi o engenheiro responsável por desenvolver o sistema de injeção de combustível do Corvette 1957 que junto ao small block v8 de 283 cid, desenvolvia iguais 283 hp. Ou seja, foi o primeiro motor que fazer 1 hp por polegada cúbica. Porém, crédito deve ser atribuido à outros dois engenheiros da GM: John Camden e Lou Cuttita que foram os homens responsáveis por fazer essa bomba de ar demoníaca funcionar num carro lá pelo final dos anos 50. O que se sabe é que 5 protótipos do compressor foram construidos sendo que apenas 2 foram realmente instalados em carros para teste.

O grande problema, com qualquer artefato arqueológico, é que não havia muita documentação e pouquíssimas fotos. Mesmo assim, após umas boas horas de pesquisa, Hoffer disse a Payte que uma unidade dessas seria capaz de extrair uns 500 hp de um motor 383 stroker bem como criar um carro completamente exclusivo.
O grande problema então seria como trocar 8 injetores por 4. Hoffer tinha injetores menores com furos maiores feitos sobre medida por Jim Thorpe que fica em Iowa e é especializado em placas e orifícios de injetores.

Já que a maioria dos componentes foram feitos na época de Eisenhower bem antes do gerenciamento eletrônico, conseguir consistência com o compressor seria um grande desafio. O maior tempo gasto foi ajustando o medidor de combustível. E isso foi feito através tentativa e erro como descrito no livro de Kayser.

No final, Hoffer tentou dois medidos e resolveu desmontar ambos combinando as peças de dois. Um sensor de oxigênio e um medidor de pressão foram usados para testes mas acabaram indo para o carro. Após muitas tentativas, Hoffer resolveu usar uma relação de 15:1 que seria perfeita para dirigir na rua.

Hoffer se surpreende com o fato dos sensores de oxigênio manuais serem totalmente imprecisos com relação aos eletrônicos. Aliás, deve ter sido um dos fatores da GM nunca ter produzido esse sistema em larga escala. Ainda que Hoffer teve sorte que o sistema de ignição standard iria funcionar perfeitamente sei que ele tivesse que trocar o visual original do motor com outro tipos de velas de ignição.
Payte, seu Corvette e sua jaqueta de aviador.

Com o blower configurado entre 5 e 6 libras de pressão, o resultado é 100 hp a mais do que num motor stroker aspirado com compressão 9:1. Mas Payte ficou orgulhoso mesmo de ter o único Blower Duntov de C1 em funcionamento do mundo. Quem entende de Corvette, ainda fica na dúvida do que se trata aquilo no motor dada a raridade do artefato de Hoffer e Payte.
Hoje Payte se diverte com seu Corvette e com o seu T-28 Trojan com 800 HP e compressor assim como no '62. O que pode-se dizer de um homem que dirige seu Corvette com uma jaqueta de piloto de caça?


O T-28 de Payte e seu Corvette, ambos com Compressores.

Um comentário:

Luiz disse...

Maravilhoso post, com esse exótico compressor na minha Corvette favorita: a 1962!
Me aguarde. Quando eu ganhar na Megasena vou aí buscar uma. Vou precisar de sua orientação...