Corvette Brasil

Maior conteudo sobre Chevrolet Corvette na língua Portuguesa.

sábado, 29 de maio de 2010

Chevelle SS 1967 do Mr. Chevelle


O Sr. Luiz "Mr. Chevelle" Tinoco é colecionador, entusiasta, amigo e colaborador do blog Corvette Brasil. Um dos seus carros é um Chevrolet Chevelle 1967 na cor azul metálico. O carro é equipado com um big block 396 ci (6.4 litros).

Foi o Sr Tinoco que tem trazido vários proprietários Brasileiros de Corvette para o blog. Os Corvettes de Brasilia e o Corvette 1973. Ele também contribui ao blog com as fotos dos carros e em breve estará nos presenteando com mais histórias sobre Corvettes Brasileiros.

Mas voltando ao Chevelle 1967, com a palavra o Mr. Chevelle contando mais sobre o carro das fotos :

Nunca tive um Corvette. No Rio, há uns bons anos, quase tive um 57 com 283 original e um par de carburadores Carter WCFB. Não consegui levantar toda a grana...

Bom, esse Chevelle tem a seguinte história.

Pertencia a um senhor idoso que morava em Santa Teresa, aquele morro ou colina do Rio de Janeiro. Eu costumava ver, de vez em quando, o carro no Centro do Rio. Era uma visão que me tirava do sério, um Chevelle 67 SS 396 em estacionamentos ou no trânsito da Avenida Rio Branco em plena hora do rush...
Um dia soube que o senhor havia vendido o carro. O big block estava cansado e queimando óleo. Imaginei que logo ele iria surgir com um motor Chevrolet seis cilindros de Opala, mas não foi o que aconteceu. Um conhecido meu comprou o carro e retificou o motor 396 com material trazido dos USA. O coletor original, o carburador e a bomba de água foram substituídos por itens aftermarket.


Em meados de 1996, esse conhecido anunciou a venda do Chevelle. Rapidamente comprei-o. De 1996 a 1999 não cheguei a andar nele. Nesse período importei um kit completo da suspensão dianteira (Performance Suspension Technology - PST) e um drag link (Kanter) e refiz totalmente a suspensão.

Em novembro de 1999 vim para Brasília e o Chevelle veio num caminhão flatbed. Quando chegou, entregue no clube de carros antigos, fiz uma limpeza geral e um teste drive mais apurado. Notei que a suspensão estava firme e fazia com que dirigir o bicho fosse um prazer. Também notei que a arrancada era fraca, mas o problema não era o motor. Ele soava saudável e autoritário, mas a transmissão Powerglide estava desperdiçando potência em um perceptível deslizamente em primeira marcha (low). Quando entrava o Drive o carro ia muito bem.


Deixei esse problema pra lá e continuei curtindo o carro. Lembro de uma ocasião que para mim ficou na esfera de minhas lendas particulares. Cheguei na garagem do Terraço Shopping, ao lado de minha casa, para pegar o Chevelle. Na época, isso foi no início de 2000, a garagem do Terraço era um paraíso de carros antigos. O estacionamento era barato e amplo.


Cheguei para pegar o Chevelle e lá estava o Eugenio ligando seu Charger Super Bee 1972 com motor 383 e quatro marchas. Trata-se de um Charger americano que ele havia comprado recentemente. Depois de um café expresso e um pão de queijo, ele convidou-me a segui-lo até um posto de gasolina que tinha uma máquina de lavagem para carros. Lá fui eu seguindo o Superbee e preocupado em não perde-lo de vista porque não sabia andar em Brasília.

Chegamos no posto e lavamos os "musculosos". Uma cena rara em qualquer lugar do Brasil: um Chevelle SS 396 e um Charger Super Bee 383 Magnum sendo lavados em uma crocante manhã brasiliense em um posto do eixinho Sul.


Depois da lavagem Eugenio disse-me para segui-lo até seu apartamento, na Asa Sul, para pegar sua esposa. Eugenio é um conceituado médico do Hospital Sara Kubistchek, referência nacional. É um camarada simpático e com senso de humor. Ele entrou no Super Bee, ligou o 383 Wedge, e saiu para o eixinho. Como na obra de Robert Louis Stevenson, O Médico e o Monstro (The Strange Case of Dr. Jekill and Mr. Hyde), Eugenio virou o monstro. Sentou o sarrafo no Charger e eu tive que segui-lo. Na época o eixinho ainda não tinha os pardais eletrônicos para fotografar os carros fora do limite de velocidade. Lembro que olhei algumas vezes o velocímetro com o rabo do olho. O ponteiro estava próxima das 100 milhas. Isso, numa longa rua de duas pistas. O povo, nos pontos de ônibus, ficava expectante com o trovejar dos big blocks.


Cheguei na casa dele com as pernas bambas. Ele pegou a esposa e seguimos para o clube de carros antigos daqui. Para tanto tínhamos que pegar a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA). Novamente abriram-se as portas do Inferno. Lá ia Eugenio baixando o sarrafo na EPIA. Nessa altura eu já sabia para onde ia, não precisava segui-lo em alta velocidade. Mas segui só pra continuar vendo se o Chevelle tinha capacidade para seguir de perto o Mopar. Tinha bastante...


Atualmente estou reunindo as peças originais que faltam. Consegui nos USA o coletor de ferro com data e número corretos, um Rochester Quadrajet restaurado como uma jóia, também com tudo correto e uma bomba de água New Old Stock também correta. O Chevelle está com umas rodas Rally e calotas tiradas de um Chevelle Laguna 1973 mas tenho suas rodas originais com calotas dog dish.

Quanto ao Powerglide, com ajuda de um amigo removi do carro, desmontei de cabo a rabo e refiz com um kit da TCI, reprogramador de valve body, conversor de torque B&M com stall de 2500 rpm e radiador para fluido. O carro ficou o cão chupando manga na arrancada.


That's all folks.

6 comentários:

Luiz disse...

Carlos,

Fico muito honrado em ter meu coupe "família" em um blog de Corvettes, o American sports car que é meu sonho quase inatingível.

Uma abraço "Bow Tie"!

Luiz (Tinoco)

Anônimo disse...

Olá Tinoco, encontro vc por aqui... legal a entrevista. Esse lance de carro antigo é pra sempre. Parabéns!
Paulo Guarino

Lawrence Jorge R S disse...

Muito legal esse post!!!
Lembrei imediatamente do Chevelle do Mr.Toreto do Velozes e Furiosos...
Só reais entusiastas são capazes de manter carrões como esses funcionando como se fossem novos.
Parabéns pelo mega carro!

Luiz disse...

Lawrence, como disse George Harrison em um antigo álbum, "All the things must to pass". Chegou a hora do Monstro Azul achar outro lar. Um velho desejo meu foi incendiado pelo Corvette Brasil e amigos que últimamente adquiriram Corvettes. Decidi importar uma C-2,de preferência de 65 a 67 para ter o benefício dos freios a disco. Para levantar parte da grana e abrir espaço decidi vender o SS 396, legítimo Code 138 car.

Abração

Anônimo disse...

Olá Sr Luiz, sei que faz um bom tempo, porém não custa perguntar se já vendeu o Chevelle. Segue meu endereço. lucsehnem@terra.com.br

Abraço
Luciano

Luiz disse...

Passeando pelo Google achei esse post de 2010 sobre o Chevelle SS 396. Acabei comprando o Corvette sem vender o Chevelle. Decidi ficar com ele e restaura-lo. Para choques novos já foram comprados.